Thursday, December 31, 2009

GRATIDÃO


GRATIDÃO

Nestes últimos dias do ano,
resolvi erguer-me
fui ao encontro do meu coração
que aos meus olhos parecia cansado,
atarantado sem saber gerir as emoções ali contidas,
cicatrizado, e pulsando forte
revelava-se muito mais que um órgão vital,
era a mistura natural entre o sangue que me dá vida
e os afectos que são gerados nas entranhas da alma
e que afloram cá pra fora e explodem nas veias
no rubor da face, nas lágrimas que rolam abundantes,
no sorriso vincado…
num dado momento, encontrei-me escondida
sentada num canto qualquer.
a esperança era a parceira de sempre
mas o verde estava um pouco desbotado.
havia máscaras caídas aqui e ali,
e uma caixa de memórias que pulsavam
no mesmo ritmo do coração…
e nos olhos do eu que se mostrava,
por trás do castanho natural
havia pequenas nuanças do brilho que a eles pertencia.
e tal qual janela da alma contemplavam,
o ano novo prometido
renovo do tempo, das estações, da vida

Futuro…

Vasculhei a caixinha de memórias
eram tantas!
algumas cheiravam à maresia, outras
temperadas de alegria e tristeza,
adeus, saudades e boa companhia
brilhavam tal qual tesouro…
meu tesouro.
escrevi “Gratidão” numa folha de papel.
rendi-me diante do Senhor entronizado
que do trono do meu coração acelerado
acolheu as emoções ali contidas
e fez-me descansar
a espera do novo ano prestes a chegar…

Arlete Castro
31.12.2009

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