Wednesday, December 24, 2008



Porque é Natal…

Ele veio.
Não sei se foi em Dezembro
se foi cercado de cores
de mesas postas,
presentes ou sabores
mas sei que veio.

Era o Eterno,
o Deus do universo
que "invadia" o natural
o cotidiano… o temporal,
num bebé pequenino
apenas um menino
era Natal!

Ele veio!
Escondido entre
os panos do improviso
protegido por mangedoura
braços humanos, peito…
Emanuel,
Deus connosco
O sentido do Natal!

Ele era o Verbo
E tal qual luz que invade trevas
Brilhou...e encantou
Estrela da Manhã,
Deus que resplandece
Fez renascer, deu vida
Transformou…

Ele veio…
E tal qual Cordeiro levado ao matadouro
O Grande “Eu Sou”
Foi pendurado num madeiro.
Porque me amou... e se entregou.
Dando vida ao meu Natal…

E porque Ele vive
Desejo-te um Feliz Natal!

Arlete Castro
22/12/2008

Menina


Rodopia menina
desabrocha em sorriso
não deixa que o tempo,
esse atrevido
te roube os sonhos,
a tua saia rodada
e as tuas bochechas coradas
de ternura e acalanto.

Não deixa brotar o pranto
guarda o amor numa caixinha
salta, voa e faz trancinhas
toca na terra, se suja
brinca de roda, vai se esconder
e segura o sol pra ele não nascer.

Faz sonhar tua boneca
como se fosse um bebê.
antes que a vida repentina
te leve para bem longe
e te esqueças que és bailarina...

Ri pequena menina
inunda com este sorriso rasgado
o mundo que te passa ao lado,
faz de conta que és Margarida
e vives num jardim ensolarado
e tal qual bela adormecida
sonha com teu príncipe encantado.

Rodopia pequena menina
e espera um pouco
deixa que eu te pegue no colo,
te faça mais uma vez adormecer
e te embale no teu sono
antes de por fim crescer...


Arlete Castro
01.12.2008

Saturday, December 13, 2008





Uma oração em Tempos de Natal

Senhor...
É Natal você sabia?
Vê? A volta está tudo enfeitado
de verde, vermelho, prata e dourado.
Há árvores pequenas e grandes.
Gente agitada, atarefada...
Afinal é Natal.

Senhor!
Vê? Cada um escolhe um presente
Abraçam-se, enlaçam-se
Fartam-se
Mas de que?

Senhor...
Silêncio!
Há um sino a dobrar
É Meia Noite
É tempo de reverência
Alguém canta uma canção
A mesma, sempre igual.
Afinal outra vez é Natal!

Senhor!
Ouça? Falam de noite feliz
Do Deus menino
Da Estrela de Belém
Mas à quem?
À crianças e velhos
À essa gente sorridente
Mas de coração carente.
Sedentos de você!

Senhor!
Olha! Há um presépio iluminado
Luzes brilham por todo lado
Há uma manjedoura e um bebé
Animais espalhados
E até a singeleza dos pais
Só não se vê iluminado
O olhar ofuscado
De quem não conhece você

Senhor!
Vê? A cidade dorme
Entre embrulhos rasgados
Vidros quebrados
E lágrimas que esperam
O sorriso se cansar
E a festa acabar.

Senhor,
Olha... São rostos cansados,
Sonhos despedaçados
A espera do amanhecer!
Mas o que não sabem
É que na verdade
Seus corações anseiam por você.

Senhor, vem... é Natal!
E quase ninguém sabe o porquê...

Arlete Castro
Todos os Direitos Reservados

Redescobrindo o Natal

Resolvi sair pelas ruas
Neste Dezembro gelado
Vi luzes de muitas cores
Vi um brilho sem igual.
Vi o menino no berço
Vi a barba do velho
Vi as cores do Natal

Vi gente que festeja
Que se prepara para festa
Que sonha com a mesa farta
Que compra presentes
E que faz plano pro Natal

Vi também olhos pequenos
Que quase não eram vistos
Maltrapilho, com frio
pequenas mãos estendidas
desejando ter um Natal

Vi também uma estrela
Que me levou à muitos lugares
Vi de perto a estrebaria
e uma manjedoura vazia
e perguntei preocupada
onde estaria o menino
que é o símbolo do Natal

Levou-me então a estrela
a procurar o pequeno,
disseram-me te-Lo visto
mas já não era tão frágil
andava aqui e ali
ensinava muitas coisas
e as pessoas o seguiam
sem saber que Ele era
o sentido do Natal

E na minha caminhada
Andei por muitos lugares
Perguntei à multidão
Onde estaria o menino
Onde estaria o meu Natal

- No Gólgota - foi a resposta
- Pendurado num madeiro

e lá fui eu procurá-lo
mas qual não foi a minha surpresa
ao constatar que de verdade
o Deus pequenino
já não era mais um menino
Crescera tanto,
Conduzira tantos
Amara tanto
Que O Mataram num madeiro
Aparentemente apagando
Todo o sonho de Natal

Mas de repente, com uma luz
E um brilho sem igual
Em meio a glória jamais vista
Vi o Deus que não é menino
Tocar as mãos estendidas
Do pequeno maltrapilho
Que queria Ter um Natal

Entendi naquele dia
Que nem manjedoura e nem cruz
Poderiam deter aquele
Que veio ao mundo por amor
Dar sua vida, para que eu,
o menino maltrapilho
e cada um deste mundo
pudessemos Ter um Caminho
e para que pudessemos entender
Porque comemoramos o Natal

Arlete Castro