Era pequenina ainda e já brincava com as letras. Gostava de juntá-las e transforma-las em versos de menina. De rimas não sabia, mas sabia que as palavras não eram um ajuntamento de letras. Eram encanto, poesia, prosa...
Thursday, July 9, 2009
Poema Baseado na Obra de Sergio Fingermann "Elogio do Silêncio" exposta no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba e que tive oportunidade de visitar
Silêncio
Ontem ouvi o silêncio
Ele não dizia palavra
mas dançava...
ao meu redor rodopiava
e soprava-me ao ouvido
um gemido...
Ontem o silêncio bailava
ao som de uma música
que só ele ouvia
e dissipando meus sons
com suas mãos
tocou o compasso
acelerado do peito
e sussurrou-me ao ouvido
aquietai...
Transformou-se num verbo
o silêncio
flutuando entre barulhos reais
calou a voz do tempo apressado
e aos meus apelos fez sinais
E o silêncio sábio
emudeceu a palavra vã
vestiu-se de arte
emoldurou-se
e me encontrou a alma
o meu eu feroz e ocupado
fragmentado
encolhido atrás do peito
mas com vontade de voar
Ontem meu eu dançou com o silêncio
criou asas...
reaprendeu a voar.
Arlete Castro
19.06.2009
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2 comments:
Isso foi brilhante - Ontem meu eu dançou com o silêncio
criou asas...reaprendeu a voar." que bela idéia! Parabéns!
Obrigada Edilson. A exposição em Curitiba, misturava pintura e poesia de uma forma que só no silêncio se podia contemplar. Isto inspirou-me! :)
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