Era pequenina ainda e já brincava com as letras. Gostava de juntá-las e transforma-las em versos de menina. De rimas não sabia, mas sabia que as palavras não eram um ajuntamento de letras. Eram encanto, poesia, prosa...
Monday, September 7, 2009
Gigante Menino
Gigante Menino
Era gigante o menino
Há muito que não o via.
Pensei encontrá-lo
Em berço esplendido deitado,
Mas quando o vi
Estava ferido, cansado...
A casa era a mesma
Rodeada de palmeiras,
Cheiro à maresia,
Poetas e boa companhia.
Mas o menino chorava.
Sentia saudades do sabiá
Que dantes gorjeava por cá.
Do brado heróico do seu povo
Que cessou de ecoar
Porque teme a morte
Que invade morros, cidades...
Atropela a sorte,
Aterra na segurança do solo
E não pára, explode...
O gingado era o mesmo.
Popular trilha sonora da sua história,
Mas o verde louro da sua flâmula,
Perdeu a fama, desbotou...
E o ouro, amarelo legado,
Outro menino roubou.
Cresceu o mulato menino.
Deixou Inocência na favela
E sem tempo,
Trabalha... Batalha...
Engaveta suas mazelas
E vai sambar...
Continua belo
O gigante menino
Adornado por um céu
Ainda risonho
Aonde a lua vem brincar.
Ele acredita, tem fé na vida.
Enxuga as lágrimas
Na esperança verde do relvado,
E ecoa um grito guardado
É apenas um menino
Que não desistiu de sonhar...
Arlete Castro
Agosto de 2007
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1 comment:
Escrevi anos atrás uma música justamente sobre o texto do Hino Nacional, que...aqui entre nós é uma fonte de reflexão abundante...não era tão sofisticada quanto a sua, mas um dia desses vou postar a musica...O gigante menino é brilhante!
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