Era pequenina ainda e já brincava com as letras. Gostava de juntá-las e transforma-las em versos de menina. De rimas não sabia, mas sabia que as palavras não eram um ajuntamento de letras. Eram encanto, poesia, prosa...
Wednesday, September 19, 2012
A pele que há em mim
esconde-me
ela aprendeu a disfarçar
guarda sonhos
guarda viagens imaginárias,
cheiros, sabores
vida...
A pele que há em mim
mostra-me
ela sabe desenhar sorrisos
mas ainda não aprendeu a me descrever
porque as letras que ela conhece
disfarçam,
brincam com a vida que roubam
enquanto ela, a pele,
estica-se toda
a fingir me conhecer...
A pele que há em mim
traz vida entranhada
nas suas marcas,
nas estrias deixadas
legado das vidas geradas
marcas do amor
tatuadas no coração...
A pele que há mim
esconde um eu que relaxa em casa
sem maquilhagem, sem cores,
sem o escape dos brilhos frágeis
das opiniões, e dos dissabores
na quietude que desfaz as máscaras
e descansa...
Mas o eu que há em mim
aprendeu a abrir janelas
cansou do ideal
rasgou a pele
desfez amarras
afinal encontrou o colo
certeza do eu real
frágil por vezes
outras gigante
mas sempre...
Eu.
Arlete Castro
Maio - 2012
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