Era pequenina ainda e já brincava com as letras. Gostava de juntá-las e transforma-las em versos de menina. De rimas não sabia, mas sabia que as palavras não eram um ajuntamento de letras. Eram encanto, poesia, prosa...
Wednesday, September 19, 2012
RETRATO
O seu olhar tinha um brilho
que nem toda gente via
era preciso prestar atenção
para ver nele desenhado um sorriso.
O seu rosto iluminava,
mas só quem olhava de perto
conseguia perceber o brilho...
A pele tinha suas marcas,
umas vincadas, outras nem tanto
sulcos da sua história, desenhados na face
escondiam lágrimas,sorrisos
e os medos que a vida leva e traz.
Os cabelos moviam-se no compasso do vento
e o seu olhar atento perambulava à sua volta
capaz de perceber detalhes,
e com gestos pequenos
tocar o que mais ninguém via.
As suas mãos eram hábeis
E tinham nelas o poder de acariciar
Moldar o improvável , tocar...
E enquanto lidavam com a vida
Desenhavam letras,
Que fugiam aos dedos
e tocavam o céu.
Os seus braços eram só amparo
neles ela construiu um ninho
acolheu seus filhos,
amparou o amigo
enxugou lágrimas que nem se quer sabia
e neles ela também se deu.
No seu corpo ela conheceu o amor
aquele que toca o infinito
que transforma o que é natural
em vínculo capaz de unir a alma,
fazer de dois um
e se perpetuar...
Os seus pés aprenderam a caminhar
e desde que souberam
nunca mais quiseram parar
e no seu retrato pintado com tanta dimensão
só quem olha bem de perto
e presta mesmo atenção
consegue perceber o brilho
a pele que ilumina
a emoção escondida em cada tragetória
e a história de tantos lugares,
tanta gente contida
num simples retrato de mulher.
Arlete Castro
08.03.2012
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